terça-feira, 5 de abril de 2011

Batalha contra o medo

Andei sumida, mas cá estou eu de volta.
Eu sinto medo todos os dias e nesses mesmos momentos me forço a dizer que não tenho medo.
Meu principal medo é o de perder. Perder minha família, as pessoas que mais amo, perder amigos, namorado, perder o emprego, em fim, perdas em geral.
Vejo o medo como um desafio e luto contra ele todos os dias. Mas, quando aquele sorrateiro pensamento me invade, paro, analiso e vejo como sou vulnerável a perdas.
Será que perdemos sozinhos ou uma série de fatores, sempre dos dois lados, contribuem para a perda?
Agora estou aqui, a três semanas de embarcar para uma das que será a maior experiência da minha vida, talvez a melhor oportunidade, e me invadiu um medo tremendo do que me espera lá do outro lado.
Vou deixar família (suporte), amigos (poucos), emprego, uma pessoa especial (que nem sei se sou especial para ela), tudo por uma ambição de ser mais do que sou. Para conquistar uma nova posição.
A balança começa a pesar, principalmente a do coração.
Quem nos dera se fosse possível saber o que nos aguarda no virar da esquina. Economizaríamos tantas decepções. Evitaríamos lágrimas derramadas. Desperdiçaríamos menos palavras ditas em vão.
Mas, a vida é isso: arriscar. Ali e a aqui tentar o novo. Virar a vela e navegar para outros lados. Colecionar amigos, amores, experiências nessa trajetória em que o fim é um mero desconhecido e surpreendente.
A vida é feita de escolhas e decidir não é fácil, nunca foi. Sempre há conseqüências, às vezes boas e outras nem tanto.
O jeito é não se acovardar diante das possibilidades e acreditar em um final feliz.
Sei que aqui ficarão pessoas especiais, deixarei parte dos meus sonhos armazenados para quando eu voltar. O que me consola é saber que sobreviverá à distância apenas quem realmente é especial, resistirão ao armazenamento, apenas os sonhos possíveis de realizar.
Em quatro meses sei que a mutação será grande, as pessoas não serão as mesmas, afinal basta um dia para isso ocorrer. Sei que eu não serei a mesma. Voltarei com pensamentos renovados, talvez mais madura e quem sabe, menos errante dos mesmos erros.
O frio na barriga se torna constante, as pernas ficam mais tremulas, e o medo mais próximo.
Coragem, essa é palavra que me fará embarcar para conhecer um mundo até então desconhecido por mim. Um mundo longe do alicerce chamado família. Um mundo novo que me guarda grandes surpresas: boas ou ruins.
Quando eu entrar naquele avião, deixarei parte da minha vida e espero preservá-la sem perder a essência. Não quero voltar a mesma, mas quero ser a mesma que muitos aprenderam a amar e admirar.
Agora me resta continuar esta batalha contra o medo. Aos poucos sei que conseguirei derrotá-lo e diminuí-lo a pó, pelo menos por um instante, pois as vitórias são constantes e sempre há desafios a serem enfrentados e o medo é apenas mais um.