quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Presença amiga...

A partir de agora decidi morar sozinha.

Algumas situações me levaram a essa decisão, na verdade uma em particular.

A menina que dividia o apartamento comigo teve de mudar. Resolvi então levar uma vida independente. Pagar meu aluguel, luz, condomínio, supermercado. Tudo para não ter de passar mais uma vez pelo desgastante processo de adaptação e correr o risco de sair tudo errado.

Não que tenha dado errado da primeira vez. Ao contrário, fiz uma grande amizade.

Mas, acho que isso (querer morar sozinha) só me aproximará mais da solidão. Chegar do serviço e não ter ninguém para conversar, num dia cheio de novidades, às vezes boas, outras ruins, é deprimente. Querer chorar e não ter ninguém para abraçar.

Nestes momentos, é como se eu não fosse importante para ninguém e ligar para alguém é como se fosse atrapalhar. Irmão namorando, mãe cuidando da casa, pai trabalhando, amigos ocupados.

Estou aqui, na cidade que moro, a trabalho. Costumo dizer que quando você deixa a sua cidade natal para construir uma carreira é como se deixasse junto a capacidade de fazer amigos. No máximo que conquistamos são colegas. Experiência própria.

Daí o meu medo de dividir apartamento. Talvez eu não tenha a mesma sorte da primeira vez, quando encontrei  uma amiga ao invés de colega. Ao mesmo tempo acho que é egoísmo de achar que não preciso de ninguém.

Anotem, até no silêncio é importante ter apoio. Um olhar de consolo, uma presença que se faz sentir. Eu sou assim: não preciso de palavras, tenho fome de presença. Da presença de quem eu gosto.

A regra é construir uma vida independente, mas sem abandonar a capacidade de fazer novas amizades. Desta forma, morar sozinho não se torna um peso, por que onde estiver terá um amigo. Nem todos os dias é necessário voltar para casa, em alguns casos, o caminho após um dia tortuoso é até a casa do amigo. Para isso, existem as visitas.

Agora me resta acreditar nestas palavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário